Parasita, obra-prima do diretor Bong Joon-ho, mergulha em um universo de contrastes sociais e explora as relações complexas entre duas famílias: os Kim, vivendo em um porão sujo e apertado, e os Park, ostentando riqueza em uma mansão luxuosa.
A Trama
- Ki-woo (Choi Woo-sik), o filho desempregado da família Kim, vê uma oportunidade ao conseguir um trabalho como tutor de inglês para a jovem Da-hye da família Park.
- Usando sua inteligência e charme, Ki-woo conquista a confiança dos Park, abrindo caminho para que os demais membros da família também consigam posições na casa:
- Ki-jeong (Park So-dam), a irmã de Ki-woo, se torna professora de arte para o filho caçula dos Park, Byeong-seok.
- O pai, Ki-taek (Song Kang-ho), assume o cargo de motorista, substituindo o antigo funcionário que sofreu um acidente.
- A mãe, Chung-sook (Cho Yeo-jeong), se infiltra como governanta, substituindo a antiga funcionária que misteriosamente se demite.
A Invasão
A família Kim celebra sua “boa sorte”, mas nem tudo são flores. A farsa por trás de suas qualificações e origens os coloca em constante risco de serem descobertos. A tensão aumenta quando a antiga governanta, Moon-gwang (Lee Jung-eun), reaparece, pedindo ajuda para se esconder no porão da mansão.
A Descoberta e a Tragédia
A farsa dos Kim desmorona quando a sra. Park decide realizar uma festa de aniversário para Byeong-seok. A antiga governanta, escondida no porão, é encontrada por um dos convidados, revelando a verdade para os Park.
Chocados e enfurecidos, os Park demitem a família Kim e chamam a polícia. Ki-woo, humilhado e furioso, confronta a sra. Park, que o ataca com um espeto de churrasco.
A Vingança e a Morte
Em busca de vingança, Ki-taek invade a mansão e ataca a sra. Park, mas é morto por Byeong-seok, que atira nele. Em um momento de desespero, Chung-sook apunhala Byeong-seok com uma tesoura, mas é mortalmente ferida por Moon-gwang, que a ataca em fúria por ter sido abandonada.
Fuga e Sobrevivência
Ki-woo, o único sobrevivente da família Kim, foge com a ajuda de Moon-gwang, que lhe entrega a carta que seu pai escreveu para ele antes de morrer. A carta revela o plano de Ki-taek para que Ki-woo vivesse uma vida melhor e comprasse a casa dos Park.
Um Final Amargo
Anos depois, Ki-woo vive em um porão semelhante ao que sua família habitava no início do filme. Ele observa a mansão dos Park à distância e faz uma promessa à sua filha: um dia, ele a comprará.
Uma Análise Profunda: Parasitas e Simbolismos
Desigualdade Social:
Parasita é um retrato pungente da disparidade social na Coreia do Sul. A família Kim representa a luta da classe baixa para sobreviver em um sistema que os oprime, enquanto os Park simbolizam a elite rica, alheia às dificuldades do povo.
Simbolismos:
O filme é rico em simbolismos que enriquecem a narrativa:
- O porão: representa a marginalização da família Kim e a segregação social.
- A chuva: simboliza a purificação e a destruição, presente em momentos cruciais da história.
- A casa dos Park: representa a opulência e a ilusão de felicidade, que esconde segredos sombrios.
A Luta pela Sobrevivência:
A trama explora a luta incessante pela sobrevivência, onde os personagens se adaptam e mentem para alcançar seus objetivos, muitas vezes sem se importar com as consequências.
Crítica Social:
Parasita critica a ganância, a hipocrisia e a indiferença da classe alta, enquanto expõe a vulnerabilidade e a desesperança da classe baixa.
Final Ambíguo:
O final ambíguo deixa o espectador com reflexões sobre a possibilidade de ascensão social e a perpetuação da disparidade de classes.
Considerações Finais
Parasita é um filme complexo e multifacetado que transcende o gênero suspense. É uma comédia satírica que provoca risos desconfortáveis, e um thriller que prende a atenção do início ao fim.
Atuações Marcantes
As atuações do elenco principal são excepcionais. Song Kang-ho entrega uma performance comovente e visceral como o pai desesperado. Choi Woo-sik e Park So-dam brilham como os filhos astutos, e Cho Yeo-jeong impressiona na pele da mãe ardilosa.
Direção e Roteiro Virtuosos
O diretor Bong Joon-ho demonstra maestria na construção de tensão e na criação de um ambiente claustrofóbico. O roteiro, escrito pelo próprio Bong Joon-ho e Han Jin-won, é inteligente e repleto de reviravoltas inesperadas.
Reconhecimento Mundial
Parasita conquistou o público e a crítica mundial. O filme se tornou um fenômeno cultural, sendo o primeiro filme sul-coreano a vencer o Oscar de Melhor Filme, além de levar para casa outras três estatuetas: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional.
Um Filme para Refletir
Parasita é um filme obrigatório para quem gosta de cinema que vá além do entretenimento. É um convite à reflexão sobre a desigualdade social, a luta de classes, e as consequências da ambição desmedida.
