Natura: história completa da empresa

Como a Natura iniciou sua jornada em 1969?

A história da Natura começou a ser escrita em um cenário de profundas transformações sociais e culturais, no ano de 1969, quando o jovem Antonio Luiz Seabra fundou a empresa com uma visão singular e inovadora. Seu primeiro laboratório e loja, um modesto espaço na rua Augusta, em São Paulo, servia como ponto de encontro entre o criador e seus primeiros consumidores, um elo que se mostraria fundamental para a filosofia da marca. Seabra, um homem com forte inclinação para o humanismo e a ética, desde o princípio acreditava na relação como um organismo vivo, capaz de gerar valor para todos os envolvidos, estabelecendo as bases de uma empresa que sempre valorizaria as conexões humanas acima de tudo.

Desde o dia um, a Natura se destacava pela proposta de valor de seus produtos, que eram criados com uma preocupação genuína com o bem-estar e a relação do indivíduo com o mundo. O foco inicial estava em cosméticos e produtos de higiene pessoal que prometiam não apenas beleza estética, mas uma sensação de cuidado integral e conexão com a natureza. A filosofia de Seabra rapidamente se traduziu em formulações que buscavam o equilíbrio entre a ciência e os ingredientes naturais, algo ainda incipiente no mercado brasileiro da época, conferindo à marca um caráter de pioneirismo e diferenciação.

Ainda nos seus primórdios, a Natura não se contentava em ser apenas mais uma empresa de cosméticos; ela desejava criar uma experiência. As primeiras interações com os clientes eram diretas e pessoais, permitindo a Seabra entender profundamente suas necessidades e anseios. Essa proximidade se manifestava em um atendimento individualizado, quase artesanal, que ajudava a construir uma base de consumidores leais e engajados. Cada produto era visto como uma ponte para uma conversa, um convite à descoberta e à autoexploração, pavimentando o caminho para o modelo de vendas que se tornaria icônico para a empresa.

A essência da Natura, desde seu nascimento, estava impregnada pela convicção de que o cosmético não era um fim em si mesmo, mas um meio para o autoconhecimento e a harmonia. Os produtos iniciais, como cremes hidratantes e sabonetes, já carregavam essa assinatura, utilizando embalagens simples e rótulos que comunicavam a pureza e a origem dos ingredientes. Essa abordagem contrastava com o glamour e a artificialidade que muitas vezes dominavam o setor, posicionando a Natura como uma alternativa autêntica e reflexiva para o consumo de beleza.

O processo de criação dos primeiros produtos da Natura envolvia uma pesquisa meticulosa e uma busca incessante por ingredientes que pudessem oferecer os melhores benefícios sem comprometer a saúde ou o meio ambiente. A preocupação com a sustentabilidade, que hoje é um pilar da empresa, já dava seus primeiros sinais, mesmo que de forma incipiente, na escolha de componentes e na produção em pequena escala. A paixão pela inovação e o desejo de oferecer algo verdadeiramente diferente impulsionavam Seabra e sua equipe a explorar novas formulações e aprimorar constantemente o que era oferecido aos consumidores.

A capacidade de adaptação e a escuta ativa do cliente foram características marcantes desde o embrião da empresa. A rua Augusta, com seu fluxo constante de pessoas e diversidade cultural, serviu como um laboratório vivo para a Natura, permitindo que a empresa testasse ideias, recebesse feedback imediato e ajustasse suas estratégias de forma ágil. Esse diálogo contínuo com o público ajudou a moldar não apenas os produtos, mas também a identidade e a voz da marca, que se firmava como uma companhia verdadeiramente conectada com as pessoas.

O propósito inicial da Natura, embora ainda não formalizado nos termos complexos de hoje, já apontava para uma empresa que aspirava a ir além do lucro, buscando um impacto positivo na sociedade. A crença na beleza como um caminho para o bem-estar e a relação com o planeta permeava cada decisão e cada lançamento, desenhando um futuro onde a ética e a responsabilidade socioambiental seriam inseparáveis do sucesso comercial, consolidando uma trajetória única no mercado brasileiro de cosméticos.

Quais foram os pilares e valores iniciais que moldaram a Natura?

Os pilares fundamentais da Natura, estabelecidos desde a sua concepção por Antonio Luiz Seabra, giravam em torno da convicção de que a beleza transcende a estética superficial, abarcando o bem-estar e a conexão humana. A empresa cultivava a ideia de que a relação era a essência de tudo, seja a relação do indivíduo consigo mesmo, com o outro ou com a natureza. Essa perspectiva holística e humanista distinguia a Natura de seus concorrentes, consolidando um caminho onde o produto era um convite ao autoconhecimento e à harmonia, e não meramente um item de consumo.

Um dos valores mais proeminentes era a ética inegociável, que guiava todas as decisões e interações da empresa. Desde a formulação dos produtos até a maneira como as vendas eram realizadas, a Natura buscava transparência e respeito em todas as suas frentes. Essa postura se manifestava na clareza sobre os ingredientes utilizados, na valorização da mão de obra e na construção de um relacionamento de confiança com os consumidores. A integridade e a busca por um impacto positivo eram a bússola que orientava a jornada da marca em um mercado competitivo.

A inovação constante representava outro pilar robusto da Natura, impulsionando a empresa a buscar soluções criativas e eficazes para as necessidades de seus clientes. Não se tratava apenas de desenvolver novos produtos, mas de reinventar a forma como a beleza era percebida e consumida. A pesquisa e o desenvolvimento de fórmulas com ingredientes naturais, muitas vezes inéditos no mercado, demonstrava um compromisso com a excelência e a antecipação de tendências. Essa mentalidade de vanguarda permitiu à Natura se manter relevante e surpreender o público com novidades significativas.

A sustentabilidade, antes mesmo de se tornar um conceito amplamente difundido, já estava enraizada no DNA da Natura. Seabra e seus colaboradores tinham uma compreensão profunda da interdependência entre o ser humano e o meio ambiente. Essa consciência se traduzia na escolha de ingredientes provenientes de fontes renováveis, na redução do impacto ambiental dos processos de produção e na busca por embalagens mais ecoeficientes. A preocupação com o equilíbrio ecológico era um diferencial, demonstrando que a empresa podia ser rentável ao mesmo tempo em que cuidava do planeta.

A valorização das pessoas, tanto colaboradores quanto consultoras e consumidores, era um valor central que permeava todas as camadas da organização. A Natura acreditava no potencial humano e investia no desenvolvimento de suas equipes, criando um ambiente de trabalho que incentivava a criatividade e a colaboração. As consultoras de beleza, que se tornariam a força vital do modelo de vendas diretas, eram vistas como parceiras estratégicas, cuja prosperidade era intrínseca ao sucesso da empresa. Essa abordagem centrada no ser humano gerava engajamento e lealdade.

O compromisso com a diversidade e a inclusão também começou a ser cultivado desde cedo, embora de forma mais orgânica. A Natura compreendia que a beleza não se limitava a um padrão único, e seus produtos eram desenvolvidos para atender a uma ampla gama de tipos de pele, cabelos e preferências individuais. A empresa buscava celebrar as particularidades de cada pessoa, promovendo uma cultura de respeito e aceitação. Essa mentalidade de amplitude e acolhimento contribuiu para a construção de uma marca que ressoava com um público vasto e plural em todo o Brasil.

Esses valores essenciais — ética, inovação, sustentabilidade, valorização das pessoas e foco na relação humana — não eram apenas ideais abstratos, mas princípios operacionais que guiavam cada etapa da Natura. Eles formaram a base para uma cultura corporativa robusta e um modelo de negócios que buscava a prosperidade compartilhada. A coerência entre o discurso e a prática permitiu à empresa construir uma reputação sólida e duradoura, estabelecendo um legado de impacto positivo que transcende o universo dos cosméticos, impactando a sociedade de forma ampla.

De que maneira a venda direta se tornou o coração do modelo de negócios da Natura?

A venda direta emergiu como o cerne pulsante do modelo de negócios da Natura, não por acaso, mas como uma escolha estratégica que se alinhava perfeitamente com os valores e a visão de Antonio Luiz Seabra. Nos primeiros anos da década de 1970, percebendo o potencial de uma abordagem mais pessoal e consultiva, a empresa decidiu abandonar a venda em lojas físicas para se dedicar inteiramente ao sistema de venda porta a porta. Essa decisão revolucionária permitiu que a Natura construísse uma conexão profunda e personalizada com seus consumidores, estabelecendo um canal de comunicação bidirecional que era raro na época.

O modelo de venda direta transformou as consultoras em embaixadoras da marca, verdadeiras empreendedoras autônomas que levavam não apenas produtos, mas também a filosofia da Natura aos lares brasileiros. Elas se tornaram pontes vivas entre a empresa e os clientes, capazes de oferecer aconselhamento individualizado, demonstrar produtos e construir relacionamentos de confiança duradouros. Esse contato humano e a proximidade com as necessidades dos consumidores eram incomparáveis, superando em muito a frieza de um balcão de loja e criando uma experiência de compra única e envolvente.

A Natura investiu massivamente na capacitação e no desenvolvimento de suas consultoras, oferecendo treinamentos sobre produtos, técnicas de venda e até mesmo empreendedorismo. Essa dedicação à força de vendas empoderou milhares de mulheres, muitas das quais encontraram na Natura uma fonte de renda e autonomia financeira significativa. A empresa reconhecia o valor inestimável de cada consultora, tratando-as como parceiras estratégicas e co-construtoras do sucesso da marca. O crescimento da rede de consultoras se tornou um indicativo do alcance e da capilaridade da Natura no território nacional, atingindo regiões onde o comércio tradicional não chegava.

A logística complexa da venda direta foi um desafio superado com inovação e planejamento. A Natura desenvolveu um sistema eficiente de distribuição que garantia a chegada dos produtos às consultoras, muitas vezes em locais remotos. A agilidade na entrega e a gestão inteligente dos estoques eram cruciais para a manutenção da satisfação tanto das consultoras quanto dos clientes finais. Essa infraestrutura robusta de supply chain se tornou um diferencial competitivo, permitindo que a empresa escalasse suas operações de forma sustentável, mantendo a qualidade do serviço em todas as etapas do processo.

A revista da Natura, o famoso “Espaço Natura”, tornou-se um ícone da venda direta no Brasil. Mais do que um catálogo de produtos, a revista era um veículo de comunicação que transmitia os valores da marca, histórias inspiradoras, dicas de beleza e informações sobre os ingredientes e a sustentabilidade dos produtos. A cada ciclo, a revista renovava a oferta, estimulando a curiosidade e o desejo de compra, funcionando como uma vitrine portátil que chegava a milhões de lares. O design atrativo e o conteúdo relevante contribuíram para o engajamento das consultoras e a fidelização dos clientes.

O modelo de venda direta também permitiu à Natura uma coleta de dados valiosa sobre as preferências e hábitos de consumo dos clientes. O feedback direto das consultoras, que estavam na linha de frente, era constantemente incorporado ao processo de desenvolvimento de produtos e à estratégia de marketing. Essa agilidade em responder às demandas do mercado e a capacidade de personalização da oferta eram vantagens claras em comparação com o varejo tradicional. A proximidade com o cliente final gerou um ciclo virtuoso de melhoria contínua e inovação orientada pelas necessidades reais.

A expansão geográfica da Natura, especialmente para o interior do Brasil, foi impulsionada diretamente pela capilaridade da venda direta. As consultoras alcançavam comunidades distantes, levando produtos de alta qualidade e uma oportunidade de empreendedorismo onde as opções eram limitadas. Esse alcance democratizou o acesso aos produtos da marca e fortaleceu sua presença nacional de forma massiva, transformando a Natura em uma das empresas mais reconhecidas e admiradas no país, com sua rede de vendas se expandindo a cada ano.

Como a Natura expandiu sua linha de produtos e inovou nos anos 1970 e 1980?

Nos anos 1970 e 1980, a Natura mergulhou em uma fase de intensa expansão e inovação de sua linha de produtos, consolidando sua presença no mercado brasileiro de cosméticos e perfumes. Inicialmente focada em produtos de cuidado pessoal, a empresa começou a diversificar seu portfólio, introduzindo novas categorias que atendiam a uma gama mais ampla de necessidades dos consumidores. Essa expansão estratégica não se limitava apenas ao aumento de SKUs, mas envolvia uma profunda pesquisa e desenvolvimento para garantir que cada novo item mantivesse a alta qualidade e a filosofia da marca, explorando ingredientes brasileiros e suas propriedades.

A inovação nessa década não se resumiu apenas a novos produtos, mas também a uma abordagem diferenciada na formulação e no design. A Natura foi uma das pioneiras no Brasil a utilizar embalagens refill, que permitiam aos consumidores reabastecer seus frascos, reduzindo o descarte de plástico e incentivando a consciência ambiental. Essa iniciativa, lançada ainda nos anos 1980, mostrava o compromisso da empresa com a sustentabilidade muito antes de ela se tornar um tema central na agenda corporativa global. O design elegante e funcional das embalagens também se destacava, transmitindo a essência natural e a sofisticação dos produtos.

A linha Ekos, embora formalizada mais tarde, teve seus precursores nesse período, com a Natura explorando ingredientes da biodiversidade brasileira de forma mais sistemática. A empresa começou a buscar óleos, extratos e fragrâncias provenientes da flora nacional, como o cupuaçu e o açaí, que ainda não eram amplamente conhecidos ou utilizados na indústria cosmética. Essa pesquisa por matérias-primas autóctones não apenas conferia uma identidade única aos produtos, mas também começava a estabelecer as bases para futuras parcerias com comunidades locais, fortalecendo a cadeia de valor de forma sustentável.

A introdução de linhas de perfumaria marcou um ponto de virada importante para a Natura nos anos 1980. A empresa investiu na criação de fragrâncias exclusivas, que muitas vezes evocavam a natureza brasileira e suas paisagens. A perfumaria se tornou uma categoria estratégica, contribuindo significativamente para o faturamento e para o reconhecimento da marca. A qualidade e a sofisticação dos perfumes da Natura ganharam destaque, competindo com grandes players internacionais e construindo uma base de clientes fiéis que valorizavam a originalidade e a durabilidade das fragrâncias.

A Natura também expandiu para produtos de maquiagem e cuidados com o corpo, oferecendo uma gama completa para o ritual de beleza. A maquiagem, por exemplo, não seguia as tendências passageiras, mas buscava realçar a beleza natural, com ênfase em cores e texturas que harmonizassem com a diversidade da pele brasileira. Os produtos de cuidados corporais, como loções hidratantes e óleos de massagem, continuavam a promover o conceito de bem-estar e conexão, utilizando formulações que proporcionavam uma sensação de cuidado integral. Essa amplitude de oferta transformava a Natura em uma marca de estilo de vida.

A pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico foram intensificados para apoiar essa expansão. A Natura investiu em laboratórios e equipes especializadas, buscando aprimorar a eficácia das fórmulas e garantir a segurança dos produtos. A colaboração com universidades e centros de pesquisa permitiu que a empresa explorasse novas tecnologias e conhecimentos em biotecnologia, aplicando-os no desenvolvimento de cosméticos inovadores. Essa base científica sólida era fundamental para sustentar a promessa de qualidade e performance que a Natura oferecia aos seus consumidores, validando o uso de ingredientes naturais.

A percepção da marca, construída nos anos iniciais com base na confiança e no relacionamento, foi fortalecida por essa fase de crescimento e diversificação. A Natura se estabeleceu como uma empresa que não parava de inovar, sempre atenta às necessidades do mercado e aos avanços da ciência, mas sem perder de vista seus valores essenciais. A ampliação do portfólio reforçou a capacidade da empresa de acompanhar e até mesmo antecipar as transformações no comportamento do consumidor, consolidando sua posição de liderança no setor de cosméticos no Brasil com inovação e variedade.

Qual foi a virada para a sustentabilidade e a biodiversidade na década de 1990?

A década de 1990 marcou uma virada decisiva na trajetória da Natura, consolidando a sustentabilidade e a biodiversidade como pilares estratégicos e centrais de seu modelo de negócios. Não se tratava apenas de uma tendência, mas de uma profunda convicção internalizada na cultura da empresa, impulsionada pela visão de seus fundadores e pela crescente conscientização global sobre questões ambientais. A Natura percebeu que o futuro da beleza estava intrinsecamente ligado à preservação dos recursos naturais e ao respeito às comunidades que viviam em simbiose com a floresta, o que a posicionou como uma pioneira nesse campo.

Um dos marcos dessa virada foi o lançamento da linha Ekos em 2000, cujos alicerces foram construídos meticulosamente ao longo dos anos 90. A concepção da Ekos representou um compromisso explícito com a utilização de bioativos da flora brasileira de forma sustentável, estabelecendo cadeias de valor justas com comunidades extrativistas da Amazônia e de outras regiões. A empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento para identificar ingredientes com propriedades cosméticas únicas, como óleos e manteigas de murumuru, ucuuba e castanha. Essa abordagem não apenas enriquecia os produtos, mas também promovia a conservação da floresta e a geração de renda local, um verdadeiro modelo de bioeconomia.

A Natura intensificou seus esforços em P&D para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira, criando um centro de excelência focado em ingredientes naturais. A empresa passou a investir em biotecnologia verde, explorando métodos de extração que minimizassem o impacto ambiental e maximizassem a eficácia dos ativos. Essa dedicação à ciência e à natureza resultou em patentes e inovações que reforçaram a liderança da Natura em cosméticos naturais. A transparência sobre a origem dos ingredientes e os processos de produção se tornou um diferencial de comunicação, construindo uma relação de confiança com os consumidores.

A preocupação com o ciclo de vida dos produtos também ganhou força, levando a Natura a aprimorar suas embalagens. A empresa expandiu o uso de refis, que já vinham sendo introduzidos, e começou a explorar materiais reciclados e recicláveis, reduzindo significativamente o impacto ambiental do descarte. A ecodesign passou a ser uma etapa essencial no desenvolvimento de cada novo produto, buscando minimizar o consumo de recursos desde a concepção até o descarte. Essa abordagem circular demonstrava um compromisso holístico com a sustentabilidade, indo muito além do simples marketing verde.

A Natura fortaleceu seu engajamento com causas sociais e ambientais, tornando-se uma voz ativa na defesa da Amazônia e na promoção do desenvolvimento sustentável. A empresa participava de debates públicos, apoiava projetos de conservação e investia em programas de educação ambiental para suas consultoras e para o público em geral. Esse ativismo corporativo consolidou a imagem da Natura como uma empresa com propósito, que não apenas vendia produtos, mas também promovia um estilo de vida consciente e responsável. A marca se transformou em um agente de mudança social e ambiental.

A década de 1990 foi também o período em que a Natura formalizou e aprimorou seus relatórios de sustentabilidade, buscando certificações e padrões internacionais que validassem suas práticas. A empresa passou a medir e divulgar seu impacto ambiental e social de forma mais rigorosa, aumentando sua responsabilidade e transparência perante stakeholders. A busca por selos como o B Corp, que viria anos depois, já era uma aspiração implícita de ser uma força para o bem no mundo, construindo um legado de confiança e credibilidade junto à sociedade.

Essa virada estratégica para a sustentabilidade e a biodiversidade não foi apenas uma decisão de negócios, mas uma reafirmação dos valores intrínsecos da Natura. Ela permitiu à empresa construir uma identidade de marca forte e diferenciada, que ressoava com um número crescente de consumidores conscientes. A Natura se tornou um exemplo de como é possível aliar sucesso comercial com responsabilidade ambiental e social, estabelecendo um padrão para a indústria e inspirando outras companhias a seguir um caminho mais ético e regenerativo.

Como a Natura transformou sua cadeia de valor com o foco em comunidades e bioativos?

A Natura revolucionou sua cadeia de valor ao adotar um modelo que integra profundamente o foco em comunidades e bioativos da biodiversidade brasileira, especialmente a amazônica. Essa transformação, intensificada a partir dos anos 1990, não se tratou de uma simples inclusão de novos fornecedores, mas de uma redefinição do conceito de valor compartilhado, onde o sucesso da empresa está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades e à preservação ambiental. A Natura estabeleceu parcerias de longo prazo, baseadas na confiança e no respeito mútuo, com grupos extrativistas e agrícolas que fornecem ingredientes naturais, como o açaí, murumuru e castanha, gerando um ciclo virtuoso de prosperidade.

Um dos pilares dessa transformação foi a implementação dos princípios de acesso e repartição de benefícios, muito antes de serem regulamentados no Brasil. A Natura desenvolveu um sistema transparente para compensar as comunidades pelo uso do conhecimento tradicional e pelo fornecimento dos bioativos, garantindo que parte dos lucros gerados pelos produtos retornasse diretamente para as fontes. Essa repartição justa de benefícios não apenas fortaleceu a economia local, mas também incentivou as comunidades a manterem suas práticas de manejo sustentável da floresta, reconhecendo o valor intrínseco de seus conhecimentos ancestrais e sua guardia da biodiversidade.

A Natura investiu pesado na capacitação e no desenvolvimento técnico das comunidades parceiras. Programas de treinamento em boas práticas de colheita, manejo florestal sustentável e processamento inicial dos bioativos foram implementados, garantindo a qualidade e a rastreabilidade dos ingredientes. Essa transferência de conhecimento e tecnologia empoderou as comunidades, tornando-as mais autônomas e eficientes em suas operações. A empresa não apenas comprava as matérias-primas, mas também ajudava a estruturar a produção, a logística e a governança das cooperativas e associações, contribuindo para o desenvolvimento local de forma integral.

A pesquisa e inovação desempenharam um papel crucial nessa cadeia de valor diferenciada. A Natura trabalhou em conjunto com cientistas, pesquisadores e as próprias comunidades para descobrir e validar novas propriedades de bioativos, aprimorar processos de extração e desenvolver produtos com maior valor agregado. Essa colaboração multidisciplinar permitiu a criação de patentes e inovações baseadas na rica biodiversidade brasileira, transformando recursos naturais em ingredientes de alta performance para cosméticos. O conhecimento tradicional era respeitado e combinado com a ciência de ponta.

A rastreabilidade dos ingredientes se tornou um compromisso fundamental para a Natura, garantindo a origem sustentável e ética de cada bioativo. A empresa desenvolveu sistemas robustos de monitoramento para acompanhar a jornada dos ingredientes, desde a colheita nas comunidades até a formulação final nos produtos. Essa transparência na cadeia não só assegurava a qualidade e a autenticidade dos insumos, mas também reforçava a confiança dos consumidores na procedência ética e sustentável dos produtos Natura, uma preocupação crescente no mercado. A certificação de origem e o cuidado ambiental eram elementos chave.

A relação de longo prazo com as comunidades produtoras de bioativos criou um vínculo de confiança e parceria que transcende o mero transação comercial. A Natura se comprometeu com compras garantidas, preços justos e apoio técnico contínuo, mesmo em momentos de flutuação de mercado. Essa estabilidade financeira e o suporte técnico permitiram que as comunidades planejassem seus investimentos, melhorassem suas condições de vida e garantissem a manutenção de suas florestas em pé. O relacionamento se tornou um exemplo de comércio justo e regenerativo, impactando milhares de vidas.

Essa transformação da cadeia de valor com foco em comunidades e bioativos não apenas fortaleceu a sustentabilidade da Natura, mas também gerou um diferencial competitivo significativo. A empresa passou a oferecer produtos com histórias autênticas e um propósito claro, que ressoavam profundamente com os consumidores conscientes. O modelo demonstrou que é possível construir um negócio próspero ao mesmo tempo em que se contribui para a preservação ambiental e o desenvolvimento social, estabelecendo um novo padrão para o setor e inspirando outras organizações a adotar práticas mais responsáveis e equitativas.

Quando a Natura se abriu ao mercado de capitais e qual o impacto da IPO?

A Natura realizou sua Oferta Pública Inicial (IPO) no mercado de capitais em 2004, marcando um momento de transformação crucial em sua história e abrindo suas portas para investidores. Essa decisão estratégica, tomada após décadas de crescimento sólido como uma empresa de capital fechado, visava obter recursos para acelerar a expansão, fortalecer a governança corporativa e aumentar a visibilidade da marca em escala global. A chegada ao mercado de ações trouxe uma nova camada de responsabilidade e transparência, exigindo da empresa um rigor ainda maior em suas operações e relacionamentos com os stakeholders.

O impacto da IPO foi multifacetado e profundo. Em primeiro lugar, a captação de recursos significativos permitiu à Natura investir maciçamente em expansão de sua capacidade produtiva, em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e em inovação de produtos. Esse capital adicional foi fundamental para a empresa escalar suas operações e consolidar sua liderança no mercado brasileiro, além de financiar seus primeiros passos mais robustos na internacionalização. O dinheiro fresco do mercado forneceu o combustível necessário para uma nova fase de crescimento acelerado e diversificado.

A abertura de capital também impulsionou uma modernização na governança corporativa da Natura. A empresa teve que se adequar a exigências mais rigorosas de relatórios financeiros, auditorias independentes e boas práticas de gestão, o que aumentou sua credibilidade e atraiu investidores de grande porte. A presença de conselheiros independentes e a criação de comitês especializados contribuíram para uma tomada de decisão mais robusta e estratégica. Essa formalização da estrutura de governança foi essencial para a sustentabilidade do crescimento em longo prazo, tornando a empresa mais resiliente e atraente para o mercado.

A visibilidade da marca Natura aumentou exponencialmente após a IPO. Como uma empresa listada em bolsa, ela passou a ser constantemente monitorada por analistas de mercado, veículos de mídia especializada e uma base mais ampla de investidores. Essa exposição trouxe um novo nível de reconhecimento e prestígio, tanto no Brasil quanto internacionalmente, reforçando sua imagem de empresa inovadora e com propósito. A IPO ajudou a comunicar a história de sucesso da Natura e seus compromissos de sustentabilidade para um público global, ampliando sua influência e reputação.

Apesar das vantagens, a abertura de capital também trouxe seus próprios desafios. A pressão por resultados trimestrais e a volatilidade do mercado exigiram da Natura uma gestão ainda mais ágil e adaptável. A empresa precisou equilibrar a busca por crescimento com a manutenção de seus valores fundamentais de longo prazo e seu compromisso com a sustentabilidade, que nem sempre se alinham com as expectativas de lucro de curto prazo dos investidores. Esse equilíbrio delicado tornou-se uma constante no dia a dia da Natura como empresa de capital aberto.

O engajamento dos colaboradores e consultoras também foi um ponto de atenção durante e após a IPO. A Natura buscou comunicar de forma clara os benefícios da abertura de capital, mostrando como ela poderia fortalecer a empresa e gerar novas oportunidades para todos os envolvidos. A cultura de propósito e valores foi reforçada para garantir que a essência da Natura não se diluísse em um ambiente de mercado mais formal. A empresa manteve um forte foco na valorização das pessoas, um de seus pilares, mesmo sob a pressão dos acionistas, preservando a identidade da marca.

A IPO da Natura em 2004 foi, de fato, um divisor de águas, catapultando a empresa para uma nova era de crescimento e alcance. Ela marcou o amadurecimento de uma companhia que havia construído sua base no relacionamento humano e na sustentabilidade, provando que é possível ser rentável e responsável ao mesmo tempo. A transição para o mercado de capitais não apenas injetou recursos vitais, mas também elevou o padrão de gestão e a visibilidade global da Natura, preparando-a para as grandes aquisições e a expansão internacional que viriam nos anos seguintes, solidificando sua posição de destaque.

De que forma a Natura deu seus primeiros passos na internacionalização?

A Natura iniciou sua jornada de internacionalização de forma cautelosa e estratégica, com os primeiros passos ocorrendo ainda na década de 1980, embora a expansão mais robusta se intensificasse a partir dos anos 2000. A empresa, consolidada no Brasil com seu modelo de venda direta e uma forte identidade ligada à biodiversidade brasileira, buscou replicar seu sucesso em mercados vizinhos, começando pela América Latina. A escolha por países como a Argentina, Chile e Peru não foi aleatória; havia proximidade cultural, logística mais simplificada e um reconhecimento crescente da qualidade dos produtos brasileiros, facilitando a adaptação da marca.

A estratégia inicial de internacionalização da Natura baseou-se na exportação e na abertura de pequenas operações diretas, utilizando o mesmo modelo de venda direta que havia sido tão bem-sucedido no mercado doméstico. A empresa entendeu que o relacionamento pessoal entre consultora e cliente, a consultoria de beleza e a proximidade com o consumidor eram diferenciais que poderiam ser replicados, adaptando-se às nuances de cada cultura local. A formação de equipes de consultoras e a adaptação da revista “Espaço Natura” para os idiomas e realidades dos novos mercados foram passos cruciais para essa primeira fase de expansão.

Um dos desafios iniciais foi a adaptação do portfólio de produtos às preferências e regulamentações de cada país. Embora muitos produtos tivessem apelo universal, a Natura realizou pesquisas de mercado para identificar necessidades específicas e garantir que suas linhas de cosméticos e fragrâncias ressoassem com os consumidores locais. A comunicação da marca também precisou ser ajustada, traduzindo não apenas palavras, mas também os valores de sustentabilidade e bem-estar para diferentes contextos culturais. Essa flexibilidade e capacidade de adaptação foram essenciais para evitar erros e garantir uma recepção positiva.

A logística de distribuição representou outro ponto de atenção na internacionalização. A Natura precisou estabelecer centros de distribuição, redes de transporte e sistemas de gestão de estoque em cada novo país, garantindo a eficiência da cadeia de suprimentos para suas consultoras. A construção de uma infraestrutura robusta era vital para suportar o modelo de venda direta e assegurar que os produtos chegassem no tempo certo, em perfeitas condições. Essa complexidade operacional exigiu investimentos significativos em tecnologia e processos, permitindo a escalabilidade das operações.

A experiência da Natura no Brasil com sua rede de relacionamentos e a valorização das pessoas foi um trunfo na expansão internacional. A empresa replicou a cultura de empoderamento de suas consultoras, oferecendo oportunidades de renda e desenvolvimento pessoal em novos mercados. A construção de uma base de consultoras engajadas e motivadas foi o motor da capilaridade e do crescimento em cada país. A Natura investiu em programas de reconhecimento e incentivo, fortalecendo o vínculo com sua força de vendas e garantindo que o modelo de relação permanecesse forte.

A presença em feiras internacionais e eventos do setor de cosméticos também contribuiu para a visibilidade da Natura e para a abertura de novas portas em outros mercados. A empresa participava ativamente, apresentando seus produtos inovadores e sua filosofia de sustentabilidade, o que gerava interesse e atraía potenciais parceiros e distribuidores. O reconhecimento da marca por suas práticas socioambientais e a qualidade de seus produtos pavimentou o caminho para uma expansão mais ambiciosa, mostrando que a Natura tinha um diferencial que ia além do simples apelo comercial.

A internacionalização da Natura, embora gradual em seus primórdios, estabeleceu as bases para a empresa se tornar um player global. Cada novo país representava um aprendizado e uma oportunidade de aprimorar suas estratégias e processos. A experiência acumulada na América Latina seria fundamental para os passos futuros, incluindo aquisições estratégicas e a consolidação de uma presença global que transcenderia as fronteiras da venda direta, com a Natura buscando novas formas de levar sua mensagem de bem-estar e sustentabilidade para o mundo, ampliando sua influência e seu legado de impacto positivo.

Quais foram as estratégias da Natura para consolidar sua presença global?

A consolidação da presença global da Natura foi o resultado de uma combinação de estratégias ousadas e investimentos significativos, especialmente a partir dos anos 2010. Após os primeiros passos na América Latina, a empresa percebeu a necessidade de ir além do modelo de venda direta para alcançar uma escala verdadeiramente global e diversificar seus canais de distribuição. Essa busca por novos mercados e formatos levou a Natura a considerar aquisições estratégicas, que se tornariam o motor de sua expansão e um divisor de águas em sua trajetória, buscando uma nova dimensão e ampliando sua visibilidade internacional.

Uma das primeiras e mais importantes estratégias foi a aquisição da marca australiana Aesop em 2012. Essa movimentação marcou a entrada da Natura no segmento de cosméticos de luxo e varejo físico de alto padrão, um nicho onde a empresa brasileira não tinha expertise. A Aesop, com suas lojas de design minimalista, produtos de alta qualidade e uma base de clientes leais e sofisticados, complementou o portfólio da Natura, agregando prestígio e um canal de vendas diferente. Essa aquisição permitiu à Natura aprender sobre gestão de varejo premium e expandir sua presença em mercados desenvolvidos como Europa, Ásia e América do Norte, fortalecendo sua diversidade de negócios.

A aquisição da icônica marca britânica The Body Shop em 2017 foi outro marco colossal na consolidação global da Natura. Essa transação, que envolveu a compra de uma empresa com forte apelo em sustentabilidade, ativismo social e presença global em varejo físico, reforçou os valores da Natura e expandiu sua escala de forma exponencial. A The Body Shop, com sua rede de mais de 3.000 lojas em 60 países, ofereceu à Natura uma plataforma de varejo robusta e um reconhecimento de marca internacional já estabelecido. Essa sinergia de valores e a ampliação da capilaridade global foram cruciais para o projeto de se tornar um grupo global de cosméticos, com marcas de diferentes portes e alcances estratégicos.

A Natura também investiu na diversificação de seus canais de vendas, complementando a venda direta com a presença em e-commerce e lojas próprias, especialmente para a marca Natura no Brasil e em outros mercados. A digitalização da consultoria de beleza, com a criação de plataformas online para as consultoras e a expansão da venda direta online, permitiu um alcance ainda maior e uma experiência de compra mais conveniente para os consumidores. Essa abordagem omnichannel foi fundamental para se adaptar às novas tendências de consumo e para alcançar um público mais jovem e conectado, ampliando o acesso aos produtos.

A sinergia entre as marcas do grupo – Natura, Aesop, The Body Shop e, posteriormente, Avon – tornou-se uma estratégia poderosa para otimizar operações, compartilhar conhecimento e fortalecer a inovação. A Natura buscava integrar as melhores práticas de cada empresa, seja na pesquisa de ingredientes sustentáveis, na gestão da cadeia de suprimentos ou na experiência do cliente. Essa colaboração entre as marcas permitiu otimizar recursos, desenvolver produtos mais inovadores e expandir o alcance de forma mais eficiente, aproveitando as competências de cada uma e buscando a excelência operacional.

O compromisso com a sustentabilidade e o impacto social continuou sendo um diferencial competitivo e uma estratégia de marca global. A Natura não apenas manteve, mas aprofundou seus compromissos ambientais e sociais, buscando certificações internacionais e estabelecendo metas ambiciosas para a redução de carbono, a regeneração da biodiversidade e a promoção da inclusão. Essa postura de liderança em sustentabilidade atraiu consumidores conscientes e investidores alinhados com valores ESG (Environmental, Social, Governance), reforçando a reputação da empresa em escala global e consolidando seu legado de propósito.

A consolidação global da Natura não foi um caminho linear, mas uma jornada de aprendizado, aquisições estratégicas e adaptação constante. A capacidade da empresa de integrar diferentes culturas corporativas, gerenciar um portfólio diversificado de marcas e continuar inovando em produtos e modelos de negócios foi fundamental. Essa expansão transformou a Natura de uma empresa brasileira em um grupo global de beleza com múltiplas marcas e canais, posicionando-a como um dos maiores players do setor e um exemplo de como o propósito pode impulsionar um crescimento significativo e impactante em escala mundial.

Como a aquisição da Aesop fortaleceu a presença de luxo e o portfólio da Natura?

A aquisição da Aesop pela Natura em 2012 representou um movimento estratégico e transformador que não apenas fortaleceu a presença da empresa no segmento de luxo, mas também enriqueceu dramaticamente seu portfólio de marcas e sua capacidade de atuação em mercados internacionais. A Aesop, com sede na Austrália, era reconhecida por sua abordagem minimalista, produtos de alta qualidade baseados em botânicos, design sofisticado de embalagens e uma experiência de varejo única. Essa marca de nicho, com forte apelo em grandes metrópoles e entre consumidores exigentes, complementava a base de venda direta da Natura, agregando um novo patamar de prestígio e alcance.

A Aesop trouxe à Natura uma expertise valiosa em varejo de luxo físico e gestão de marcas premium. Suas lojas, cuidadosamente projetadas para oferecer uma experiência imersiva e sensorial, eram consideradas referências em design e atendimento ao cliente. Ao integrar a Aesop, a Natura pôde aprender sobre as melhores práticas de varejo de alto padrão, desde a curadoria de produtos até a arquitetura de interiores e o treinamento de equipes de vendas. Esse conhecimento foi fundamental para a Natura se posicionar em um novo nicho de mercado e entender as dinâmicas de consumo dos segmentos mais sofisticados e exigentes.

A aquisição da Aesop ampliou significativamente o alcance geográfico da Natura, especialmente em mercados desenvolvidos como Europa, Ásia (com destaque para a Austrália e Japão) e América do Norte. Antes da Aesop, a presença internacional da Natura estava concentrada na América Latina e no modelo de venda direta. Com a Aesop, a empresa ganhou acesso a uma rede global de lojas próprias e parcerias estratégicas, permitindo-lhe alcançar consumidores em grandes centros urbanos e aumentar sua visibilidade em escala mundial. Essa diversificação geográfica e de canais foi crucial para o projeto de se tornar um player global de beleza, com múltiplas frentes de atuação.

O portfólio de produtos da Natura foi enriquecido com as formulações inovadoras e o posicionamento de luxo da Aesop. Enquanto a Natura era forte em produtos com bioativos brasileiros e uma abordagem de beleza mais abrangente, a Aesop trazia uma estética mais europeia, com foco em ingredientes botânicos e uma linguagem mais minimalista. Essa complementaridade de ofertas permitiu ao grupo Natura atender a uma gama mais ampla de consumidores e ocasiões de uso, desde o consumo diário até a experiência de beleza mais sofisticada e de nicho. A diversidade de estilos e filosofias enriqueceu a proposta de valor do grupo.

A sinergia entre as equipes de P&D da Natura e da Aesop também gerou um intercâmbio valioso de conhecimentos e tecnologias. A Natura pôde compartilhar sua expertise em sustentabilidade e ingredientes amazônicos, enquanto a Aesop trouxe sua experiência em formulações botânicas e a gestão de produtos de nicho de alto valor. Essa colaboração impulsionou a inovação em ambas as marcas, resultando em novos produtos e aprimoramentos que beneficiaram todo o grupo. O compartilhamento de melhores práticas em formulação, testes e sustentabilidade foi um ganho para as duas empresas.

A Natura manteve a autonomia e a identidade da Aesop, reconhecendo o valor de sua singularidade e seu apelo junto ao público de luxo. A estratégia não foi de absorver a Aesop completamente, mas de permitir que ela continuasse a operar com sua cultura e seu posicionamento, enquanto se beneficiava do suporte financeiro e da expertise de gestão da Natura. Essa abordagem respeitosa foi fundamental para preservar o DNA da Aesop e garantir a lealdade de seus clientes e colaboradores, demonstrando uma visão de gestão de portfólio inteligente e orientada ao valor.

Em suma, a aquisição da Aesop pela Natura foi muito mais do que uma transação financeira; foi um passo estratégico que redefiniu o escopo e a ambição da empresa brasileira. Ela não apenas adicionou uma marca de luxo cobiçada ao portfólio, mas também forneceu à Natura um laboratório de aprendizado em varejo premium, expandiu sua pegada global em mercados-chave e demonstrou sua capacidade de integrar e gerenciar um grupo de marcas diversas com sucesso, pavimentando o caminho para aquisições ainda maiores e consolidando sua posição como um grupo global de beleza com uma proposta de valor diferenciada e robusta.

De que maneira a compra da The Body Shop impulsionou o ativismo e a escala da Natura?

A aquisição da The Body Shop pela Natura em 2017 foi um movimento de grandíssima envergadura que impulsionou o ativismo e a escala da empresa brasileira de maneira sem precedentes. A The Body Shop, fundada por Anita Roddick, era mundialmente reconhecida por seu pioneirismo em cosméticos éticos, ativismo social e ambiental, e sua vasta rede de varejo global. Essa união de marcas com DNA de propósito criou uma potência de beleza com valores compartilhados e uma capacidade de alcance exponencial, fortalecendo a mensagem de responsabilidade e ampliando o impacto positivo em escala mundial.

O ativismo inerente à The Body Shop ressoou profundamente com os valores da Natura, que sempre priorizou a sustentabilidade e as causas sociais. A The Body Shop trouxe consigo um histórico robusto de campanhas contra testes em animais, pelo comércio justo e pela proteção do meio ambiente, que complementou e ampliou o engajamento da Natura em bioativos da Amazônia e desenvolvimento de comunidades. Essa sinergia de propósito fortaleceu a voz do grupo em pautas globais de sustentabilidade, permitindo que as empresas colaborassem em iniciativas de advocacia e conscientização, ampliando a influência e o legado de ambas, tornando-se uma força ainda maior para o bem no mundo.

Em termos de escala, a The Body Shop adicionou à Natura uma rede de varejo físico com mais de 3.000 lojas em 60 países, um feito que a Natura levaria décadas para construir organicamente. Essa capilaridade global instantânea proporcionou à Natura uma plataforma de distribuição massiva e uma visibilidade de marca em mercados onde sua presença era limitada. A expertise da The Body Shop em gestão de varejo internacional, experiência do cliente em loja e relacionamento com franqueados foi um ativo inestimável, acelerando a capacidade do grupo de operar em escala global e otimizar suas operações de varejo.

A aquisição também expandiu o portfólio de produtos do grupo Natura, oferecendo uma gama ainda mais diversificada de cosméticos e fragrâncias. A The Body Shop era conhecida por seus produtos icônicos de cuidado corporal, fragrâncias inspiradas na natureza e linhas de maquiagem com forte apelo ético. Essa complementaridade permitiu que a Natura atendesse a um espectro mais amplo de consumidores e preferências, fortalecendo sua posição como uma das maiores empresas de beleza do mundo. A diversidade de marcas e ofertas criou oportunidades para o cross-selling e para o aproveitamento de sinergias em P&D e cadeia de suprimentos, otimizando o desenvolvimento de produtos.

A integração da The Body Shop trouxe à Natura a oportunidade de aprimorar suas práticas de cadeia de suprimentos e comércio justo em uma escala global. A The Body Shop já possuía um programa robusto de Community Fair Trade, estabelecendo parcerias com fornecedores de ingredientes em comunidades de todo o mundo. A Natura pôde aprender e replicar essas melhores práticas, expandindo seu próprio compromisso com o comércio ético e a repartição de benefícios. Essa troca de conhecimentos e experiências reforçou o compromisso do grupo com a responsabilidade social e a sustentabilidade em todas as suas operações globais.

A sinergia de talentos e culturas entre as duas empresas também foi um fator importante. Ambas as organizações compartilhavam uma cultura de inovação, propósito e valorização das pessoas. A Natura buscou preservar a autonomia e o espírito ativista da The Body Shop, incentivando a colaboração e a troca de conhecimentos entre as equipes. Essa abordagem respeitosa facilitou a integração e permitiu que ambas as marcas continuassem a prosperar sob o guarda-chuva da Natura, mantendo suas identidades únicas e seu forte apelo junto aos consumidores engajados e conscientes, que valorizam marcas com propósito.

Em síntese, a compra da The Body Shop não foi apenas um grande negócio em termos financeiros e de escala; foi um alinhamento de almas entre duas empresas que sempre acreditaram no poder transformador da beleza e dos negócios. Ela catapultou a Natura para uma nova dimensão de ativismo global e ampliou sua capacidade de influenciar positivamente a indústria cosmética. A The Body Shop, com sua vasta rede de varejo e seu legado de causas sociais, complementou perfeitamente a visão da Natura, criando uma força unificada para promover uma beleza mais ética, sustentável e consciente em escala verdadeiramente global e impactante.

Qual foi a visão por trás da união com a Avon e a criação da Natura &Co?

A visão por trás da união da Natura com a Avon e a consequente criação da Natura &Co em 2019 foi uma estratégia audaciosa para formar o quarto maior grupo de beleza do mundo, redefinindo o futuro da venda direta e consolidando uma liderança global em um setor altamente competitivo. Antonio Luiz Seabra e o conselho da Natura visualizaram uma oportunidade única de combinar a força da Natura em sustentabilidade e inovação com a capilaridade e o reconhecimento global da Avon, criando uma empresa capaz de atingir milhões de consumidores por meio de múltiplos canais. O objetivo era construir um império de beleza com propósito e alcance massivo, expandindo a influência e o impacto em uma escala sem precedentes.

A Avon, com sua história centenária e uma rede de milhões de representantes em todo o mundo, trouxe para a Natura &Co uma escala inigualável no modelo de venda direta, especialmente em mercados emergentes na América do Norte, Europa e Ásia. A aquisição permitiu que a Natura expandisse sua presença em mercados onde era menos atuante, além de reforçar sua liderança global em venda porta a porta. A sinergia de modelos de negócio, com a Natura e a Avon sendo expoentes da venda direta, permitiu otimizar custos, compartilhar melhores práticas e ampliar o portfólio de produtos para diferentes segmentos de mercado e poderes aquisitivos, gerando oportunidades diversas.

A união também tinha como objetivo principal a diversificação do portfólio de marcas do grupo. A Natura &Co agora detinha quatro marcas globais de beleza com posicionamentos distintos: Natura (com seu foco em biodiversidade brasileira e venda direta no Brasil e América Latina), Aesop (luxo e varejo global), The Body Shop (ativismo e varejo global) e Avon (venda direta global e apelo massivo). Essa diversidade permitiu que o grupo atendesse a um espectro muito mais amplo de consumidores e tendências de mercado, mitigando riscos e criando oportunidades de crescimento em diferentes geografias e canais de vendas, garantindo uma maior resiliência.

A visão estratégica incluía a aceleração da digitalização de ambos os modelos de venda direta. A Natura já vinha investindo em plataformas online para suas consultoras e no e-commerce, e a integração com a Avon abriu caminho para a implementação de tecnologias em maior escala, modernizando a experiência das representantes e dos clientes. A digitalização visava impulsionar a produtividade das consultoras, expandir o alcance da venda direta e criar uma experiência omnichannel mais fluida, combinando o toque humano com a conveniência do digital, uma fusão essencial para o futuro.

A sustentabilidade e o propósito permaneceram no cerne da estratégia da Natura &Co. A visão era criar um grupo de beleza que não apenas gerasse valor econômico, mas também um impacto social e ambiental positivo. A expertise da Natura em bioativos, repartição de benefícios e regeneração, combinada com o histórico de ativismo da The Body Shop e a força da Avon em empoderamento feminino, formou uma plataforma poderosa para abordar desafios globais. O compromisso com a agenda ESG (Environmental, Social, Governance) foi reforçado, buscando a liderança em sustentabilidade na indústria cosmética e um legado de responsabilidade, consolidando a proposta de valor do grupo.

A união também visava a otimização de custos e a captura de sinergias operacionais. Ao combinar as operações de suprimentos, logística, P&D e marketing das duas gigantes da venda direta, a Natura &Co esperava gerar eficiências significativas e fortalecer sua competitividade no mercado global. A consolidação da base de fornecedores e a escala de produção resultariam em melhores condições comerciais e maior capacidade de inovação, permitindo que o grupo investisse ainda mais em produtos de alta qualidade e em iniciativas de impacto, otimizando os recursos disponíveis.

A criação da Natura &Co foi, portanto, uma manifestação ambiciosa da visão de um futuro onde a beleza é um motor de transformação social e ambiental, aliada a um poder de mercado e escala sem precedentes. A empresa buscou não apenas expandir seu tamanho, mas também sua influência e sua capacidade de gerar um impacto positivo em escala global. Essa fusão representou um novo capítulo na história de ambas as empresas, com a promessa de redefinir o setor de beleza através de um modelo de negócios mais inclusivo, sustentável e conectado com o propósito.

Como a integração da Avon impactou a estrutura e os desafios da Natura &Co?

A integração da Avon, uma operação de magnitude global, impactou profundamente a estrutura e os desafios da recém-formada Natura &Co, exigindo uma reengenharia organizacional e estratégica de grande porte. A fusão de duas gigantes da venda direta, cada uma com sua própria cultura, sistemas e mercados, gerou uma complexidade sem precedentes, mas também abriu um leque de oportunidades para sinergias e otimizações. A Natura &Co se viu diante da tarefa hercúlea de harmonizar processos, tecnologias e, o mais desafiador, as culturas corporativas de ambas as empresas, buscando uma coerência global.

Um dos primeiros impactos estruturais foi a necessidade de reorganizar a gestão global, criando uma estrutura mais matricial que pudesse supervisionar as quatro marcas (Natura, Avon, The Body Shop, Aesop) e as diversas geografias. Isso envolveu a formação de equipes de liderança globais e regionais, com foco em integrar as operações de suprimentos, logística, P&D e marketing. A centralização de algumas funções e a descentralização de outras exigiram um planejamento meticuloso para garantir a eficiência e a manutenção das identidades de cada marca, promovendo a autonomia com responsabilidade e buscando sinergias operacionais.

A integração tecnológica foi um desafio considerável. A Avon, com sua estrutura legada e sistemas desenvolvidos ao longo de décadas, precisou ser alinhada com as plataformas mais modernas da Natura, especialmente no que tange à digitalização da venda direta. A harmonização de sistemas de ERP, CRM e e-commerce era fundamental para otimizar a experiência das consultoras e dos consumidores, além de permitir uma visão mais integrada dos dados globais. Esse processo de modernização digital exigiu investimentos pesados e um esforço contínuo para garantir a compatibilidade e a eficiência em todas as regiões de atuação do grupo.

O dimensionamento da rede de consultoras e o impacto cultural nas equipes foram aspectos críticos da integração. A Avon trazia consigo milhões de representantes autônomas em diferentes estágios de digitalização e engajamento. A Natura &Co precisou desenvolver programas de transição, treinamento e incentivo para assegurar que a vasta força de vendas da Avon se sentisse valorizada e capacitada para as novas estratégias digitais e de portfólio. A preservação da essência de empoderamento feminino da Avon, combinada com os valores de sustentabilidade da Natura, foi vital para manter a motivação e a lealdade das representantes, evitando perdas significativas de talentos.

A otimização da cadeia de suprimentos e logística em escala global representou um complexo desafio. A Natura &Co buscou racionalizar as fábricas, centros de distribuição e processos de aquisição de matérias-primas para gerar ganhos de eficiência e escala. Isso implicou em revisões de contratos com fornecedores, consolidação de pedidos e aprimoramento das rotas de distribuição. O objetivo era reduzir custos operacionais, melhorar os prazos de entrega e garantir a qualidade dos produtos em todos os mercados, uma tarefa complexa diante da diversidade geográfica e regulatória das operações globais.

A gestão de um portfólio de marcas tão diverso quanto Natura, Avon, The Body Shop e Aesop exigiu uma estratégia clara de posicionamento e diferenciação para cada uma. A Natura &Co precisou garantir que cada marca mantivesse sua identidade única e seu público-alvo, evitando canibalização e maximizando sinergias. Isso envolveu investimentos específicos em marketing e P&D para cada marca, além de uma governança que permitisse a autonomia necessária para a inovação e o crescimento, enquanto se beneficiava do suporte e da escala do grupo, promovendo uma colaboração estratégica.

Apesar dos desafios inerentes a uma fusão de tal magnitude, a integração da Avon posicionou a Natura &Co como um líder global indiscutível no setor de beleza, com uma capacidade de alcance e impacto sem precedentes. A empresa continua trabalhando na otimização de sua estrutura e na superação dos desafios, focando em fortalecer a cultura de propósito e inovação em todas as suas marcas. A experiência da integração tem sido um aprendizado contínuo, moldando uma empresa mais resiliente, adaptável e preparada para liderar as transformações futuras do mercado global de cosméticos, com uma visão de crescimento sustentável e responsável.

Quais são os principais compromissos de sustentabilidade e impacto social da Natura hoje?

Os compromissos de sustentabilidade e impacto social da Natura evoluíram e se aprofundaram ao longo das décadas, culminando em uma agenda ambiciosa e abrangente para a Natura &Co. A empresa estabeleceu metas ousadas para 2030, que vão muito além da conformidade regulatória, visando uma regeneração do planeta e uma sociedade mais inclusiva. Esses compromissos são o coração da estratégia de negócios, refletindo a convicção de que o sucesso econômico está intrinsecamente ligado à prosperidade social e ambiental, posicionando a Natura como uma líder em ESG (Environmental, Social, Governance).

Um dos pilares mais importantes é a proteção da Amazônia e da biodiversidade. A Natura se comprometeu a ser “carbono zero” até 2030, o que significa que neutralizará suas emissões de gases de efeito estufa. Para isso, investe em projetos de conservação florestal, reflorestamento e no desenvolvimento de cadeias de valor sustentáveis que beneficiam comunidades locais da Amazônia. A empresa busca combater o desmatamento, promover a bioeconomia e proteger a rica diversidade de espécies, valorizando o conhecimento tradicional das comunidades e a repartição justa de benefícios pelo uso dos bioativos, um esforço de preservação em larga escala.

No âmbito da circularidade, a Natura busca a geração zero de resíduos, priorizando a redução, reutilização e reciclagem em todas as suas operações. A meta é que 100% das embalagens sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2030. A empresa investe em tecnologias de embalagens mais sustentáveis, incentiva o uso de refis e desenvolve programas de logística reversa e coleta de embalagens pós-consumo. Essa abordagem circular visa minimizar o impacto ambiental do consumo e promover uma economia de recursos, demonstrando um compromisso integral com a redução da pegada ecológica e a inovação em embalagens.

O impacto social positivo é outro compromisso central, com foco no empoderamento e na inclusão. A Natura &Co se comprometeu a aumentar a diversidade de gênero em posições de liderança e a promover a igualdade de oportunidades para todos os seus colaboradores e consultoras. A empresa investe em programas de educação, desenvolvimento profissional e geração de renda para suas consultoras e para as comunidades fornecedoras, buscando reduzir as desigualdades sociais e econômicas. O objetivo é construir uma rede de relacionamentos que promova o bem-estar de milhões de pessoas, criando um ambiente de equidade e respeito em toda a sua cadeia de valor.

A promoção dos direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos é um compromisso inegociável. A Natura &Co trabalha para garantir que suas operações e seus fornecedores cumpram os mais altos padrões de direitos trabalhistas, combate ao trabalho infantil e ao trabalho análogo à escravidão. A empresa realiza auditorias, implementa códigos de conduta rigorosos e apoia iniciativas que visam proteger a dignidade e os direitos de todos os trabalhadores envolvidos na produção de seus produtos. Essa responsabilidade estendida reflete o profundo respeito da Natura pela condição humana e pela construção de uma cadeia de valor justa.

A transparência e a prestação de contas são fundamentais para os compromissos de sustentabilidade da Natura. A empresa publica relatórios anuais de sustentabilidade detalhados, que apresentam o progresso em relação às suas metas e desafios. A busca por certificações independentes, como a de Empresa B Corp (B Corp Certified), reforça a credibilidade de suas práticas e a validade de suas metas. Essa abertura e rigor na comunicação demonstram o compromisso da Natura em ser uma empresa responsável e em inspirar outras organizações a seguir um caminho mais ético e regenerativo, construindo um legado de confiança.

Os compromissos de sustentabilidade da Natura &Co representam uma visão de futuro onde o negócio prospera em harmonia com o planeta e com as pessoas. Eles são a bússola que orienta as decisões estratégicas, as inovações de produtos e a cultura organizacional. A empresa não apenas busca mitigar seus impactos negativos, mas aspira a ser uma força regenerativa, contribuindo ativamente para a solução dos desafios globais, com a crença de que uma beleza mais consciente pode inspirar uma sociedade mais justa e um mundo mais equilibrado e abundante.

Como a inovação e a tecnologia impulsionam o desenvolvimento de produtos na Natura?

A inovação e a tecnologia são forças motrizes essenciais que impulsionam o desenvolvimento de produtos na Natura, permitindo à empresa criar formulações de ponta e oferecer experiências únicas aos consumidores. Desde seus primeiros dias, a Natura sempre investiu em pesquisa e desenvolvimento, mas o avanço tecnológico das últimas décadas ampliou exponencialmente suas capacidades, resultando em produtos mais eficazes, seguros e sustentáveis. A empresa combina o conhecimento tradicional da biodiversidade com a biotecnologia avançada e a neurociência para desvendar o potencial de novos ativos, buscando uma abordagem científica rigorosa.

O Núcleo de Inovação e Tecnologia (NIT) da Natura é o coração desse processo, reunindo cientistas, pesquisadores e especialistas de diversas áreas. Lá, são realizadas pesquisas aprofundadas sobre ingredientes, mecanismos de ação na pele e cabelo, e novas tecnologias de formulação. A empresa utiliza métodos avançados de bioprospecção, identificando moléculas com alto potencial cosmético em plantas brasileiras e desenvolvendo processos de extração que preservam suas propriedades e minimizam o impacto ambiental. Essa abordagem científica garante que os produtos da Natura sejam não apenas naturais, mas também clinicamente comprovados em sua eficácia, unindo a sabedoria ancestral com a ciência moderna.

A Natura emprega tecnologias de ponta, como a genômica e a proteômica, para entender em profundidade como os ingredientes naturais interagem com a biologia humana. Isso permite a criação de produtos altamente específicos e eficazes, desenvolvidos para atender a necessidades dermatológicas e capilares complexas. A empresa também utiliza ferramentas de inteligência artificial e análise de dados para mapear tendências de consumo, otimizar fórmulas e personalizar a oferta de produtos, tornando o processo de desenvolvimento mais ágil e orientado às preferências do consumidor. A precisão tecnológica eleva a barra da performance dos cosméticos.

O desenvolvimento de embalagens é outra área onde a tecnologia desempenha um papel crucial. A Natura investe em materiais inovadores, como plásticos reciclados pós-consumo, plásticos verdes de fontes renováveis (cana-de-açúcar) e designs que permitem o uso de refis, reduzindo o volume de resíduos. A empresa pesquisa constantemente novas soluções para tornar suas embalagens mais leves, resistentes e sustentáveis, minimizando o impacto ambiental em todo o ciclo de vida do produto. Essa ênfase no ecodesign é um reflexo do compromisso da Natura com a economia circular e a responsabilidade ambiental.

A plataforma digital da Natura e seu ecossistema de dados também são ferramentas poderosas para a inovação. Através da análise do comportamento de compra das consultoras e clientes, a empresa obtém insights valiosos que direcionam o desenvolvimento de novos produtos e aprimoramento dos existentes. O feedback em tempo real das redes sociais e dos canais de atendimento é incorporado ao processo, permitindo que a Natura seja ágil em responder às demandas do mercado e em co-criar soluções com seus consumidores. Essa interação contínua fomenta uma cultura de inovação aberta e de melhoria constante.

A colaboração com universidades, startups e centros de pesquisa nacionais e internacionais é uma estratégia chave para a Natura se manter na vanguarda da inovação. A empresa participa de consórcios de pesquisa, financia projetos e estabelece parcerias estratégicas para explorar novas fronteiras do conhecimento em biotecnologia, sustentabilidade e ciência de dados. Essa rede de colaboração amplia a capacidade de inovação da Natura, trazendo diferentes perspectivas e conhecimentos para o desenvolvimento de produtos que realmente fazem a diferença na vida das pessoas e no cuidado com o planeta.

Em suma, a inovação e a tecnologia não são apenas ferramentas para a Natura, mas a essência de sua capacidade de se reinventar e liderar o mercado. Elas permitem que a empresa transforme a riqueza da biodiversidade brasileira em produtos de alta performance, sustentáveis e alinhados com as necessidades dos consumidores, impulsionando a Natura a continuar explorando novas fronteiras da beleza e do bem-estar. Essa busca incessante por novidade e aprimoramento garante que a empresa permaneça relevante e continue a inspirar seus clientes com soluções que unem ciência, natureza e propósito de forma harmoniosa e eficaz.

De que forma a cultura organizacional da Natura evoluiu ao longo das décadas?

A cultura organizacional da Natura, embora enraizada em valores fundamentais estabelecidos por Antonio Luiz Seabra, evoluiu e se adaptou significativamente ao longo das décadas, refletindo o crescimento da empresa, sua internacionalização e as transformações do ambiente de negócios. Desde seus primórdios, a cultura foi marcada pelo humanismo, pelo foco na relação e pelo compromisso com o bem-estar, mas a escala global e a complexidade geradas pelas aquisições exigiram uma adaptação constante e uma reinvenção de suas práticas internas, mantendo sua essência vibrante e o propósito inicial.

Nos primeiros anos, a cultura da Natura era muito próxima à de uma startup familiar, com um ambiente de trabalho informal, direto e colaborativo. A proximidade com os fundadores permitia que os valores fossem transmitidos de forma orgânica e vivencial. O foco na construção de relacionamentos, tanto internos quanto externos, era palpável. Essa fase inicial estabeleceu a base de uma cultura que valorizava a autenticidade, a escuta ativa e o desenvolvimento pessoal, cultivando um senso de pertencimento e comunidade entre os colaboradores.

Com o crescimento e a profissionalização, especialmente após a abertura de capital em 2004, a cultura da Natura passou por um processo de estruturação e formalização. Foram desenvolvidos programas de liderança, sistemas de avaliação de desempenho e políticas de RH mais robustas. No entanto, a empresa se esforçou para não perder sua essência humanista e seus valores de sustentabilidade. A cultura de inovação e a busca por um impacto positivo continuaram sendo incentivadas, mesmo em um ambiente com maior rigor e exigências de mercado, equilibrando o crescimento com a manutenção de princípios.

A internacionalização e, principalmente, as aquisições da Aesop, The Body Shop e Avon trouxeram um novo nível de complexidade cultural. A Natura &Co se tornou um grupo com múltiplas culturas corporativas, cada uma com sua história, seus ritos e suas formas de trabalhar. O desafio foi integrar essas culturas, respeitando suas particularidades e, ao mesmo tempo, criando uma identidade de grupo que as unisse em torno de um propósito maior. A diversidade de pensamentos e experiências se tornou um ativo valioso, impulsionando a criatividade e a capacidade de adaptação do grupo em escala global, promovendo a colaboração intercultural.

A Natura investiu em programas de liderança que promovem a empatia, a colaboração e a visão sistêmica, preparando seus gestores para atuar em um ambiente cada vez mais complexo e globalizado. A comunicação transparente e o diálogo aberto são incentivados em todos os níveis da organização, garantindo que as decisões e os desafios sejam compartilhados e compreendidos. A cultura de feedback contínuo e o foco no desenvolvimento individual e coletivo são pilares para o crescimento dos colaboradores e para a construção de equipes de alta performance, que refletem os valores da empresa.

A digitalização também impactou a cultura da Natura, impulsionando a agilidade, a experimentação e a tomada de decisões baseada em dados. A empresa incentivou uma mentalidade de “testar e aprender”, promovendo a inovação rápida e a adaptação a novas tecnologias. A colaboração remota e o trabalho híbrido se tornaram parte do dia a dia, exigindo novas formas de interação e gestão. Essa flexibilidade e resiliência cultural foram essenciais para a Natura se manter competitiva e relevante em um mundo em constante transformação, adotando novas formas de trabalho.

Em síntese, a cultura organizacional da Natura é um organismo vivo que se reinventou e se fortaleceu ao longo do tempo, sem perder sua essência de propósito e humanismo. Ela soube incorporar novas práticas e desafios, integrando culturas diversas e se adaptando às exigências do mercado global, ao mesmo tempo em que manteve seus valores fundamentais de sustentabilidade, inovação e relacionamento. Essa capacidade de evolução é um dos grandes diferenciais da Natura, permitindo-lhe continuar inspirando e impactando positivamente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, com uma cultura forte e orientada para o futuro.

Quais os desafios e oportunidades que a Natura &Co enfrenta no cenário global atual?

A Natura &Co, como um dos maiores grupos de beleza do mundo, enfrenta um cenário global dinâmico e repleto de desafios, mas também de oportunidades sem precedentes. A complexidade de gerenciar um portfólio diversificado de marcas (Natura, Avon, The Body Shop, Aesop) e operar em dezenas de países exige uma capacidade de adaptação e inovação contínuas. A empresa precisa equilibrar a busca por crescimento com a manutenção de seus compromissos de sustentabilidade e impacto social, em um ambiente de consumo cada vez mais consciente e regulações mais rigorosas, navegando por uma realidade multifacetada.

Um dos principais desafios é a otimização das sinergias e a integração pós-aquisição da Avon. A consolidação de operações, sistemas e culturas de duas gigantes da venda direta é um processo contínuo que exige investimentos significativos e uma gestão cuidadosa. A Natura &Co precisa garantir que as eficiências prometidas se materializem sem comprometer a autonomia e a identidade das marcas, nem a motivação das equipes e consultoras. A harmonização de processos e a racionalização de custos são cruciais para a rentabilidade do grupo em longo prazo, exigindo uma execução precisa e uma comunicação eficaz.

A pressão competitiva no mercado global de beleza é outro desafio constante. Grandes players internacionais, startups disruptivas e marcas de nicho estão sempre inovando e buscando espaço. A Natura &Co precisa manter-se na vanguarda do desenvolvimento de produtos, da experiência do cliente e da digitalização para sustentar sua liderança. Isso implica em investimentos contínuos em P&D, marketing e tecnologia, além da capacidade de antecipar tendências e responder rapidamente às demandas do consumidor, garantindo a relevância da marca.

As oportunidades de crescimento residem na crescente demanda por produtos de beleza sustentáveis, éticos e com ingredientes naturais. A Natura &Co, com seu histórico e compromissos em biodiversidade, comércio justo e impacto social, está bem posicionada para capitalizar essa tendência. O aumento da consciência ambiental e social entre os consumidores abre portas para a expansão de linhas como Natura Ekos e The Body Shop, que ressoam com essa busca por consumo com propósito. A liderança em ESG pode ser um diferencial competitivo poderoso, atraindo consumidores e investidores alinhados com a sustentabilidade e a responsabilidade.

A digitalização da venda direta e a expansão do e-commerce representam uma grande oportunidade. A Natura &Co pode alavancar sua vasta rede de consultoras e representantes globais, capacitando-as com ferramentas digitais para alcançar novos clientes e otimizar suas vendas. A combinação do toque humano da consultoria com a conveniência do online cria uma experiência omnichannel poderosa. A expansão de canais digitais não apenas aumenta o alcance, mas também melhora a eficiência e a personalização do atendimento, adaptando-se aos novos hábitos de compra.

A diversidade geográfica do grupo é tanto um desafio quanto uma oportunidade. Operar em dezenas de países exige a capacidade de adaptar produtos, estratégias de marketing e modelos de negócios às especificidades de cada mercado. No entanto, essa diversidade também mitiga riscos, pois o desempenho em uma região pode compensar desacelerações em outras. A expansão em mercados emergentes, onde a classe média está crescendo e a demanda por produtos de beleza acessíveis é alta, oferece um vasto potencial de crescimento para marcas como a Avon, explorando novas fronteiras e oportunidades de mercado em diferentes culturas.

A Natura &Co está em uma posição única para liderar as transformações da indústria da beleza, com uma proposta de valor que une o sucesso comercial ao impacto positivo. Os desafios são grandes, mas a visão de um negócio regenerativo, a força de suas marcas e o compromisso de suas pessoas a posicionam para um futuro de crescimento e influência. A capacidade de navegar pelas complexidades do cenário global, mantendo a coerência com seus valores e adaptando-se rapidamente às mudanças, determinará o sucesso da Natura &Co em consolidar seu legado como uma empresa que transforma o mundo através da beleza, com um olhar estratégico e ação efetiva.

Como a digitalização transformou a experiência de consultoras e clientes da Natura?

A digitalização transformou radicalmente a experiência de consultoras e clientes da Natura, redefinindo o modelo de venda direta e ampliando o alcance da marca para além do contato físico. A empresa compreendeu precocemente o poder da tecnologia para complementar e impulsionar seu modelo de relacionamento, investindo em plataformas digitais que conectassem consultoras e consumidores de maneira mais fluida, conveniente e personalizada. Essa evolução tecnológica permitiu que a Natura se mantivesse relevante em um cenário de consumo em constante mudança, oferecendo uma experiência de compra e venda moderna e eficiente.

Para as consultoras, a digitalização representou um salto de produtividade e autonomia. A Natura lançou o “Espaço Digital da Consultora”, uma plataforma online onde elas podem criar sua própria loja virtual, gerenciar pedidos, acessar materiais de treinamento, acompanhar seu desempenho e se comunicar diretamente com a empresa e seus clientes. Essa ferramenta eliminou barreiras geográficas, permitindo que consultoras vendessem para clientes em todo o Brasil, e até em outros países onde a Natura opera digitalmente. A capacitação digital empoderou as consultoras, tornando-as mais profissionais e eficientes em suas atividades diárias, com um alcance muito maior.

A experiência do cliente foi enriquecida com a possibilidade de comprar produtos Natura a qualquer hora e em qualquer lugar, diretamente do “Espaço Digital” de sua consultora de preferência. Além da conveniência, os clientes passaram a ter acesso a um portfólio completo, informações detalhadas sobre os produtos, avaliações de outros consumidores e promoções exclusivas online. A personalização da experiência também foi aprimorada, com recomendações de produtos baseadas no histórico de compras e preferências, reforçando a conexão com a consultora. A fluidez da compra online complementa o relacionamento pessoal, oferecendo mais opções e conveniência.

A inteligência artificial e a análise de dados desempenham um papel crucial nessa transformação. A Natura utiliza algoritmos para prever demandas, otimizar estoques, personalizar ofertas e identificar oportunidades de venda para as consultoras. Essa abordagem orientada por dados permite que a empresa e suas consultoras tomem decisões mais informadas, melhorando a eficiência e a satisfação do cliente. A capacidade de coletar e interpretar grandes volumes de informações gerou insights valiosos para o desenvolvimento de produtos e estratégias de marketing, promovendo uma melhoria contínua.

A interação entre consultoras e clientes também se tornou mais dinâmica e instantânea por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais. As consultoras utilizam essas ferramentas para enviar catálogos digitais, compartilhar novidades, tirar dúvidas e oferecer consultoria personalizada em tempo real. Essa proximidade digital manteve o relacionamento humano, que é o cerne da venda direta, mesmo à distância, adaptando-o aos novos hábitos de comunicação. A agilidade na comunicação e a facilidade de contato reforçaram os laços e a fidelidade dos clientes.

A digitalização também permitiu à Natura aprimorar seus programas de treinamento e reconhecimento para as consultoras. Webinars, tutoriais online e plataformas de e-learning tornaram o acesso ao conhecimento mais democrático e flexível. Os eventos de reconhecimento e premiação, antes restritos a grandes encontros físicos, ganharam versões digitais e híbridas, alcançando um número muito maior de participantes. Essa acessibilidade à informação e o reconhecimento online reforçaram o senso de comunidade e o engajamento das consultoras em toda a rede global da empresa.

Em suma, a digitalização não é apenas uma ferramenta para a Natura, mas uma estratégia de negócio que revolucionou sua operação e sua relação com consultoras e clientes. Ela permitiu que a empresa escalasse seu modelo de venda direta, ampliasse seu alcance, personalizasse a experiência de compra e venda, e mantivesse o valor do relacionamento humano em um ambiente cada vez mais conectado. A Natura continua investindo fortemente em tecnologia, com o objetivo de aprimorar ainda mais essa experiência e garantir que a empresa permaneça na vanguarda da inovação no setor de beleza, proporcionando uma jornada fluida e gratificante para todos.

Qual o papel da pesquisa e desenvolvimento na criação de novos ingredientes e fórmulas?

A Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) desempenha um papel absolutamente central na criação de novos ingredientes e fórmulas na Natura, sendo o motor da inovação que sustenta a diferenciação e a liderança da empresa no mercado de cosméticos. Desde sua fundação, a Natura compreendeu que a inovação contínua é essencial para oferecer produtos que realmente transformem a vida das pessoas e respeitem o planeta. O investimento robusto em P&D permite à Natura desvendar o potencial da biodiversidade brasileira e global, combinando o conhecimento da natureza com a ciência de ponta para criar soluções eficazes, seguras e sustentáveis, com uma abordagem integrada.

A bioprospecção é um dos pilares da P&D da Natura. A equipe de pesquisa viaja por biomas brasileiros, como a Amazônia, buscando plantas, frutos e sementes com propriedades cosméticas ainda inexploradas. Esse processo envolve a colaboração com comunidades locais e cientistas, respeitando o conhecimento tradicional e garantindo a repartição justa de benefícios pelo uso da biodiversidade. Uma vez identificados, os bioativos são submetidos a rigorosos estudos científicos para comprovar sua eficácia e segurança, garantindo que o que a natureza oferece se traduza em benefícios reais para os consumidores, com uma visão sustentável.

A Natura investe em biotecnologia avançada para otimizar a extração e o processamento de seus ingredientes. Técnicas como a fermentação, o cultivo de células vegetais e a química verde são utilizadas para obter o máximo potencial dos ativos de forma sustentável, reduzindo o consumo de recursos e a geração de resíduos. Essa engenharia de ingredientes permite à empresa criar moléculas de alta performance e desenvolver fórmulas mais concentradas e eficientes. A tecnologia de ponta é aplicada para garantir a pureza e a qualidade dos ativos, elevando o padrão de excelência dos produtos Natura.

O desenvolvimento de novas fórmulas envolve a combinação estratégica de ingredientes, aprimorando texturas, fragrâncias e estabilidade dos produtos. A P&D da Natura trabalha com uma abordagem multidisciplinar, que inclui químicos, farmacêuticos, biólogos e perfumistas. São realizados testes de laboratório rigorosos, testes de eficácia clínica e testes de segurança para garantir que cada novo produto atenda aos mais altos padrões de qualidade e desempenho. A busca por sensorialidade e uma experiência de uso agradável também são prioridades, tornando o produto não apenas eficaz, mas também prazeroso e memorável para o consumidor.

A sustentabilidade é um fator central em todas as etapas da P&D. Os pesquisadores da Natura estão constantemente buscando formas de reduzir o impacto ambiental de novos produtos e processos, desde a origem dos ingredientes até o descarte das embalagens. Isso inclui o desenvolvimento de fórmulas com menor pegada hídrica, biodegradáveis e com alta porcentagem de ingredientes de origem natural e renovável. A inovação em embalagens, como o uso de refis e materiais reciclados, também é resultado direto da pesquisa e do desenvolvimento com foco na circularidade e na ecoeficiência, reafirmando o compromisso ambiental.

A colaboração externa é vital para a P&D da Natura. A empresa estabelece parcerias com universidades, centros de pesquisa, startups e outras empresas de tecnologia em todo o mundo. Essa rede de conhecimento global permite à Natura se manter atualizada com as últimas descobertas científicas e tendências de mercado, acelerando o processo de inovação e desenvolvendo soluções disruptivas. A troca de experiências e o acesso a novas tecnologias e talentos são cruciais para a liderança da empresa em um setor tão dinâmico e em constante evolução.

Em resumo, o papel da Pesquisa e Desenvolvimento na Natura é fundamental para a criação de produtos que não apenas atendem às necessidades de beleza, mas que também promovem o bem-estar e a sustentabilidade. A inovação constante em ingredientes e fórmulas, impulsionada por uma robusta base científica e tecnológica, permite à Natura continuar surpreendendo seus consumidores e reforçando seu compromisso com a beleza que transforma. Esse investimento contínuo em P&D é a garantia de que a empresa manterá sua posição de vanguarda e seu legado de excelência, entregando soluções que unem o melhor da natureza e da ciência para uma beleza consciente.

O que o futuro reserva para a Natura &Co e seu legado de impacto positivo?

O futuro da Natura &Co se projeta como uma continuação e aprofundamento de seu legado de impacto positivo, com a empresa buscando consolidar sua posição como um líder global em beleza sustentável e regenerativa. Os desafios do cenário global, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e as desigualdades sociais, são encarados não apenas como obstáculos, mas como oportunidades para a empresa reafirmar seu propósito e impulsionar uma nova forma de fazer negócios. A Natura &Co continuará investindo em inovação, digitalização e parcerias estratégicas para expandir seu alcance e reforçar sua missão de gerar valor para o planeta e para as pessoas, com uma visão de longo prazo.

A agenda de sustentabilidade para 2030, “Compromisso com a Vida”, é a bússola que guiará as próximas décadas da Natura &Co. A meta de ser carbono zero, de ter embalagens 100% circulares e de promover a equidade e a inclusão será a base para todas as decisões estratégicas e operacionais. A empresa se dedicará a impulsionar a bioeconomia da Amazônia, fortalecer as cadeias de valor com comunidades extrativistas e continuar a inovar em produtos que minimizem o impacto ambiental e maximizem os benefícios sociais. A liderança em ESG não é apenas uma diretriz, mas uma vantagem competitiva que atrai consumidores e investidores cada vez mais conscientes, estabelecendo um padrão para o setor.

A digitalização e a tecnologia continuarão a ser vetores de crescimento e transformação. A Natura &Co investirá em inteligência artificial, dados e novas plataformas para aprimorar a experiência de suas consultoras e clientes, tornando a venda direta mais eficiente e personalizada. A expansão do e-commerce e a integração dos canais físicos e digitais (“omnichannel”) serão prioridades para alcançar novos públicos e oferecer maior conveniência. A empresa buscará novas formas de usar a tecnologia para a inovação de produtos, a otimização da cadeia de suprimentos e a comunicação de sua mensagem de beleza com propósito, garantindo a inovação contínua e a relevância no mercado.

A sinergia entre as marcas do grupo – Natura, Avon, The Body Shop e Aesop – será cada vez mais explorada para otimizar operações, compartilhar conhecimentos e impulsionar o crescimento. A Natura &Co buscará o melhor de cada marca, seja na expertise em venda direta, no varejo físico, na sustentabilidade ou no luxo, para criar um ecossistema de beleza completo e diversificado. A colaboração entre as equipes e o intercâmbio de melhores práticas serão fundamentais para capitalizar as oportunidades de mercado e fortalecer a presença global do grupo, maximizando o valor gerado para todos os stakeholders e impulsionando a eficiência.

O empoderamento das pessoas, especialmente das mulheres que compõem a vasta rede de consultoras e representantes, continuará sendo uma prioridade. A Natura &Co investirá em programas de capacitação, inclusão e desenvolvimento socioeconômico, garantindo que sua rede de vendas continue sendo uma força de transformação social. A empresa também se comprometerá a promover a diversidade e a equidade em todos os níveis da organização, construindo um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo. Essa valorização do capital humano é um pilar essencial para o sucesso e o legado da empresa, um diferencial que permeia toda a sua estrutura e atuação.

A Natura &Co pretende reforçar seu papel de influenciador e ativista no cenário global. Através de suas marcas e de sua voz institucional, a empresa continuará a defender a sustentabilidade, os direitos humanos e a beleza diversa e inclusiva. A participação em debates globais, o apoio a políticas públicas e a colaboração com organizações da sociedade civil serão estratégias para amplificar seu impacto e inspirar outras empresas a seguir um caminho mais responsável. A capacidade de mobilizar sua rede de relacionamentos e sua vasta base de consumidores para causas importantes é um diferencial único que a Natura &Co cultivará, fortalecendo sua posição de liderança.

Em suma, o futuro da Natura &Co é de um grupo de beleza global que não apenas vende produtos, mas que constrói um futuro mais bonito e justo para todos. Seu legado de impacto positivo, enraizado em valores de sustentabilidade, humanismo e inovação, continuará a ser a força motriz para o crescimento e a diferenciação. A empresa enfrentará os desafios com resiliência, capitalizando as oportunidades para fortalecer sua presença e expandir sua influência, reafirmando que o sucesso nos negócios pode e deve andar de mãos dadas com a responsabilidade social e ambiental, entregando uma beleza com propósito e construindo um legado duradouro de transformação positiva.

• Crescimento contínuo no segmento de cosméticos e perfumes, com foco em mercados emergentes e na digitalização.
• Avanço nas metas de sustentabilidade da “Agenda Compromisso com a Vida”, como carbono zero e circularidade das embalagens.
• Fortalecimento da integração e sinergia entre as marcas do grupo (Natura, Avon, The Body Shop, Aesop) para otimização de operações.
• Investimento em pesquisa e desenvolvimento para novas formulações, ingredientes bioativos e tecnologias sustentáveis.
• Expansão do impacto social positivo através do empoderamento das consultoras e do apoio a comunidades fornecedoras.

• Aprimoramento da experiência omnichannel, combinando o melhor do físico e do digital para consultoras e consumidores.
• Adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial e análise de big data, para personalizar a oferta e otimizar processos.
• Manutenção da liderança em inovação de produtos com foco em biodiversidade, segurança e eficácia comprovada.
• Reforço da cultura de propósito e colaboração em toda a organização, atraindo e retendo talentos alinhados com os valores da empresa.
• Consolidação da Natura &Co como um benchmark global em gestão sustentável e responsável, influenciando positivamente a indústria da beleza.

• Ampliação das parcerias com startups e centros de pesquisa para acelerar a descoberta de novas matérias-primas e tecnologias.
• Aprofundamento da atuação em bioprospecção sustentável, garantindo a rastreabilidade e a repartição justa de benefícios.
• Desenvolvimento de programas de empoderamento e educação continuada para a rede global de consultoras.
• Expansão da presença em mercados estratégicos, tanto com venda direta quanto com varejo e e-commerce.
• Reforço do ativismo social e ambiental, utilizando a voz do grupo para defender pautas importantes para o futuro do planeta.

• Criação de novos modelos de negócios e canais de distribuição que se adaptem às novas tendências de consumo e à economia circular.
• Investimento em cadeias de suprimentos mais transparentes e resilientes, com foco em impacto positivo e rastreabilidade.
• Estímulo à diversidade e inclusão em todos os níveis da empresa, promovendo um ambiente de trabalho equitativo e inovador.
• Uso de design regenerativo na criação de embalagens e produtos, pensando no ciclo de vida completo.
• Foco na construção de uma marca empregadora forte, que atraia os melhores talentos alinhados com o propósito da Natura &Co.

• Implementação de soluções de inteligência de mercado para antecipar necessidades dos consumidores e lançar produtos disruptivos.
• Expansão de iniciativas de “upcycling” e “remanufacturing” de produtos e embalagens.
• Fortalecimento das relações com as comunidades fornecedoras, garantindo o desenvolvimento socioeconômico e a autonomia local.
• Avanço na pesquisa de neurociência e bem-estar para o desenvolvimento de produtos que impactem positivamente o estado emocional e mental.
• Continuação da liderança em padrões de certificação e transparência, validando as práticas de sustentabilidade e responsabilidade corporativa.

Bibliografia

• Relatórios Anuais e de Sustentabilidade da Natura &Co (disponíveis nos arquivos da empresa e em seu site oficial).
• Livros e artigos sobre a história do empreendedorismo no Brasil e o setor de cosméticos.
• Publicações da revista Exame, Valor Econômico e Folha de S.Paulo que cobriram a trajetória da Natura e suas aquisições.
• Entrevistas e palestras de Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal, Pedro Passos e Roberto Marques, fundadores e executivos da Natura.
• Estudos de caso de escolas de negócios sobre a Natura, com foco em sustentabilidade, venda direta e governança.
• Relatórios de mercado da indústria de beleza e cosméticos, com análises sobre Natura e seus concorrentes globais.
• Livros e artigos sobre a história da Avon e The Body Shop, e sua integração em grupos de beleza.
• Publicações de órgãos reguladores e associações do setor que detalham a evolução da Natura no mercado.
• Documentários e materiais institucionais produzidos pela própria Natura sobre sua história e compromissos.
• Análises de agências de rating e sustentabilidade sobre o desempenho ESG da Natura &Co.